Mensagem de Paulo, o Apóstolo (Paris,1860)
"[...] porquanto uma virtude negativa não basta:
é necessária uma virtude ativa. [...]"
Meus filhos, na máxima: Fora da caridade não há salvação,
estão encerrados os destinos dos homens, na Terra e no céu; na Terra,
porque à sombra desse estandarte eles viverão em paz; no céu, porque os
que a houverem praticado acharão graças diante do Senhor.
Essa divisa é o facho celeste, a luminosa coluna que guia o homem
no deserto da vida, encaminhando-o para a Terra da Promissão. Ela brilha
no céu, como auréola santa, na fronte dos eleitos, e, na Terra, se acha
gravada no coração daqueles a quem Jesus dirá: Passai à direita,
benditos de meu Pai. Reconhecê-los-eis pelo perfume de caridade que
espalham em torno de si. Nada exprime com mais exatidão o pensamento de
Jesus, nada resume tão bem os deveres do homem, como essa máxima de
ordem divina.
Não poderia o Espiritismo provar melhor a sua origem, do que
apresentando-a como regra, por isso que é um reflexo do mais puro
Cristianismo. Levando-a por guia, nunca o homem se transviará.
Dedicai-vos, assim, meus amigos, a perscrutar-lhe o sentido profundo e
as conseqüências, a descobrir-lhe, por vós mesmos, todas as aplicações.
Submetei todas as vossas ações ao governo da caridade e a
consciência vos responderá. Não só ela evitará que pratiqueis o mal,
como também fará que pratiqueis o bem, porquanto uma virtude negativa
não basta: é necessária uma virtude ativa. Para fazer-se o bem, mister
sempre se torna a ação da vontade; para se não praticar o mal, basta as
mais das vezes a inércia e a despreocupação.
Meus amigos, agradecei a Deus o haver permitido que pudésseis gozar
a luz do Espiritismo. Não é que somente os que a possuem hajam de ser
salvos; é que, ajudando-vos a compreender os ensinos do Cristo, ela vos
faz melhores cristãos.
Esforçai-vos, pois, para que os vossos irmãos, observando-vos, sejam induzidos a reconhecer que verdadeiro
espírita e verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa, dado que
todos quantos praticam a caridade são discípulos de Jesus, sem embargo
da seita a que pertençam.
* * *
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo O Espiritismo. 112ª ed. Rio [de Janeiro]:
FEB, 1992. Cap. XV. Instruções dos Espíritos. Item 10. Págs. 251/252.
FEB, 1992. Cap. XV. Instruções dos Espíritos. Item 10. Págs. 251/252.
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