
O suicídio é pecado? É covardia? É fraqueza? É loucura? Pode ser tudo isso e mais outras tantas coisas. Mas, no Brasil vem se tornando cada vez mais um problema de saúde pública e é esse viés que é abordado no livro ‘Trocando seis por meia dúzia – Suicídio como emergência do Rio de Janeiro’, que foi lançado na terça-feira, 3 de julho de 2012.
Organizado por Carlos Eduardo Estellita-Lins, coordenador do Grupo de Pesquisa de Prevenção do Suicídio – PesqueSui, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict), da Fiocruz, o livro é resultado de três anos de pesquisa realizada nos pólos de emergência psiquiátrica do Rio de Janeiro. Ele relata o atendimento aos pacientes que atentam contra a sua própria vida nas emergências dos hospitais da cidade, enfocando também as dificuldades enfrentadas pelos profissionais de saúde, desde a recepção ao atendimento pelo psiquiatra, e a constatação da inexistência de serviços preparados para atender a esta demanda.
‘Trocando seis por meia dúzia: suicídio como emergência do Rio de Janeiro’ traz também dados da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde, que aponta que no Brasil, entre 1998 e 2008, o número oficial de suicídios no país pulou de 6.985 para 9.328 casos, um aumento de 33,5%, superior ao crescimento da população (17,8%), ao número de homicídios (19,5%) e o de óbitos por acidentes de transporte (26,5%), todos no mesmo período.
Um dos pontos interessantes do livro, que tem apoio da Faperj, é que ele apresenta não só depoimentos de profissionais que trabalham na saúde e dos sobreviventes do suicídio, mas também de camelôs que comercializam o ‘chumbinho’, agrotóxico que não possui registro na Anvisa e é vendido livremente, que é um dos venenos mais procurados por quem quer se matar.
A pesquisa transforma em leitura agradável um tema delicado sem banalizá-lo, mas mostrando que é possível repensar a estratégia de divulgação de informação em saúde mental, como um caminho para reduzir o estigma, levando a reflexão e o debate sobre as políticas de saúde mental adotadas no país.
Suícidio: Outros dados e referências
Destacamos o site ‘Suícidio: conhecer para prevenir’ - muito bom e com muitos dados
http://www.abelsidney.pro.br/prevenir/suicidio.html
CVV - Uma referência em Prevenção ao Suicídio
A história da prevenção do suicídio (e da valorização da vida) no Brasil inclui necessariamente o CVV (Centro de Valorização da Vida), cujos trabalhos tiveram início em 1962, em São Paulo. Contando com 2500 voluntários, 48 postos distribuídos pelo país, seus colaboradores voluntários atenciosamente colocam-se à ‘disposição de todos os que sentem solidão, angústia, desespero e desejam desabafar.’
Yvonne do Amaral Pereira - ‘Memórias de um suicida’
Na literatura espírita a principal publicação sobre o tema é o livro ‘Memórias de um suicida’ -
Memórias de um suicida é um romance psicografado pela médium espírita brasileira Yvonne do Amaral Pereira, cuja autoria é atribuída ao espírito do romancista português Camilo Castelo Branco.
Bibliografia
PEREIRA, Yvonne A. e BOTELHO, Camilo Candido (espírito). Memórias de um Suicida. Editora FEB, 2004. 688p. ISBN 8573283726
SIDNEY, Abel. Lições de um Suicida: um estudo do clássico Memórias de um Suicída. Campinas (SP): Editora Allan Kardec, 2005. 272p.
CRUZ, Carlos Luiz: Camilo Castelo Branco: Um Estudo de Fontes à Luz do Espiritismo
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