sábado, 21 de julho de 2012

Respeito à Função do Outro



"Para as pessoas que se odeiam, qualquer coisa é motivo de confusão, inclusive a fixação da tela inicial de um computador".

Num dado setor de um Centro Espírita, cada um dos usuários de um computador punha a sua tela (inicial) favorita. Embora não fosse regra, acabou se tornando um costume, um hábito. De repente, um deles, porque não gosta do outro, resolve, por conta própria, fixar a tela a seu gosto. O outro chega para o seu turno trabalho e não consegue mais modificar a tela. Qual a sua reação? Reportar-se ao presidente da entidade.

É a partir desse ponto que começamos essa reflexão. Por que ele foi direto ao presidente em vez de ir ao responsável por aquela área de serviço? Fez por impulso? Não teria confiança no seu chefe direto? Acha que o presidente tem poderes ilimitados? Acontece que o presidente não é o dono, como se costuma falar sobre a administração de Centros Espíritas. Sua função é ordenar as funções dos outros. Ordenar não significa mandar, mas distribuir tarefas segundo as determinações do próprio estatuto social.

Vejamos, contudo, como um pequeno deslize nas regras de utilização pode fazer-nos perder muito tempo, além de deixar muitas pessoas estressadas. O presidente, depois de repensar o que houve, tem que entrar em contato com o diretor daquela área, para ver se ela tinha autorizado aquela mudança; depois, tem de conversar com a pessoa que provocou tal mudança; posteriormente, dar satisfação ao que trouxe a reclamação. Se cada um cumprisse as suas funções, nada disso estaria acontecendo e nem precisaríamos estar escrevendo sobre isso.

Este é apenas um relato do que pode acontecer numa organização quando não aprendemos a respeitar as pessoas que foram colocadas na função de chefia.  Uma coisa simples pode se tornar uma bola de neve: um fica descontente aqui, outro ali, e assim vamos contaminando toda a organização. Num Centro Espírita, devemos ter em mente que essas desavenças podem diminuir a sua proteção espiritual, abrindo-se brechas para que Espíritos menos felizes imponham a sua vontade ao grupo.

Falar na tribuna, expressar comentários altruístas e recitar pensamentos elevados pode ser relativamente fácil; a dificuldade está em colocá-los em prática. Se nós, que já temos certa idade, não tolerarmos os defeitos dos mais jovens, ainda inexperientes da vida, bem longe estamos de seguir os exemplos de Jesus, que nos ensinava a perdoar não sete, mas setenta vezes sete vezes. 

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